Foto: Amanda Perobelli/ABCD Maior.

A economia solidária e seus diversos tipos de empreendimento serão discutidos no 3º Congresso Nacional da Unisol Brasil de 21 a 23 de novembro, em São Bernardo. A importância da inovação e a entrada de novas atividades como a do turismo serão tratadas durante o congresso, que reúne representantes de 750 empreendimentos solidários filiados à Unisol Brasil, entidade com atuação forte no ABCD e que reúne cooperativas e outros empreendimentos solidários em todo o País. O presidente Arildo Mota Lopes, no segundo mandato na entidade, explica o trabalho da Unisol.
ABCD MAIOR: Qual a importância da realização de um evento sobre economia solidária para o País?
Arildo Mota Lopes: Neste evento estarão representantes de secretarias do governo federal, deputados, senadores e ministros. Conseguimos avançar nas políticas públicas ou indicamos quais são necessárias para implementar ou viabilizar o andamento e crescimento dos empreendimentos solidários em diversos setores. A economia solidária é um importante instrumento da economia do País, representa 6% do PIB (Produto Interno Bruto). Em alguns países europeus em crise econômica, são os empreendimentos solidários que estão ‘salvando’ a economia.
O que há de novidade nesta edição?
Esta edição tem novos delegados, novos empreendimentos, inclusive alguns que participam pela primeira vez. Os temas não são os mesmos do realizado no evento em 2009; na edição anterior não foi abordada um tema específico e sim um panorama mais geral da economia solidária. Agora dividimos em temas principais. Teremos também empreendimentos da economia solidária nacional e internacional, representantes da Unisol, do governo federal, entidades parceiras que debaterão os avanços, limites e desafios para cada temática enquanto planejamento estratégico para os próximos três anos.
Entre os temas em discussão há algum destaque? E por que?
Será a inovação tecnológica em primeiro lugar. Percebemos que fica muito difícil continuar muitos empreendimentos sem inovar. Da maneira com que estamos produzindo e realizando a distribuição, se não houver a inovação ou agregação de valor no produto, perderemos competitividade. Outra questão é o circuito de logística dos empreendimentos, se não otimizar e buscar alternativas, também fica complicado ganhar espaço no mercado. Em todos os setores é possível pensar e investir nessas mudanças.
Na segunda parte do evento, no qual ocorre o 3º Congresso Nacional da Unisol Brasil , o que será discutido?
Este encontro acontece no dia 22 a partir das 14h até o final do evento no dia 23. Será escolhida a nova diretoria, no qual qualquer delegado poderá concorrer para todos os cargos. Faremos também a prestação de contas, podemos rever o estatuto e organograma. Faremos plenárias e o mais importante é que sairão as diretrizes dos temas discutidos na primeira parte do evento e o planejamento estratégico que orientará a próxima gestão para os próximos três anos.
O evento trará parceiros de outros países. Quais as experiências internacionais deverão ser abordadas?
Teremos experiências da Caixa de Economia Solidária de Quebec, no Canadá, que tem uma dinâmica interessante para obtenção do crédito e como validar o processo de implementação do novo empreendimento solidário. Eles têm conhecimento de como gerir este empreendimento para o grupo não se endividar com o financiamento, por exemplo. Virá também a Banca Ética, da Itália, que estimula as pessoas a criarem uma poupança que possa ajudar um empreendimento solidário em qualquer parte do mundo. E a Rede del Sur com os países da América Latina com diversas experiências. Será uma troca de informações e experiências, já que a Unisol também é referência.
E o que será tratado sobre as empresas recuperadas?
Essas empresas foram assumidas por parte dos trabalhadores quando decretaram falência. São de vários ramos de atividade e em regiões diversas no País. No ABCD, temos oito empresas recuperadas filiadas como a Unimáquinas, Uniwidia, Coopertratt e Hidrocoop. A Uniforja é um dos melhores exemplos, já que pessoas de diversas partes do mundo já vieram visitar este modelo de empresa. No evento, vamos reunir 28 representantes de empresas recuperadas filiadas a Unisol Brasil. Vamos discutir modelos de gestão, desafios, soluções, e traçar o planejamento geral para os próximos três anos.
O turismo é um dos novos setoriais da Unisol Brasil. A necessidade da criação foi por conta da atual demanda turística?
Este novo setorial foi motivado pelo potencial turístico do País e com os eventos esportivos nos próximos anos devemos dar uma guinada nesse setor. A ideia é incentivar o turismo sustentável, por exemplo, um grupo já ligado a agricultura familiar pode potencializar o negócio e perceber que pode adotar um viés de turismo e assim ganhar pelos dois tipos de serviços, com práticas de turismo e com a alimentação. Através de uma cooperativa ou associação, o grupo pode montar um restaurante, pousadas, fazer passeios a cavalo. A Unisol irá direcionar e auxiliar neste novo nicho de mercado. Alguns parceiros da entidade já apoiam este modelo e temos bons exemplos de sucesso, como os da Rede Traf (Turismo Rural na Agricultura Familiar) e também a cooperativa na Amazônia que transporta turista em um barco.
O que são as cooperativas sociais e o que deverá ser abordado sobre este tema?
Cooperativas sociais são os grupos da economia solidária de pessoas que estão em desvantagens sociais, como ex-presidiários, dependentes químicos e portadores do vírus HIV. São empreendimentos que ajudam na inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Temos uma lei aprovada sobre esse tema, mas estamos aguardando que a presidente Dilma Rousseff assine um decreto de regulamentação.
Em outubro, você participou de um evento dessa área em Cuba. Como foi a experiência?
Participaram alguns países em que Cuba tem certa afinidade. Foram representantes do governo federal e entidades como a Unisol Brasil. Conhecemos realidades de outros países como México, Canadá, Cuba entre outros. Percebemos que o governo de lá está buscando conhecer melhor o modelo do cooperativismo e quem sabe ir abrindo mercado através desses empreendimentos. Por isso, realizaram palestras e essa troca de experiências com países que já tem isso mais avançado. O Brasil mostrou alguns empreendimentos que fizeram a diferença para grupos da população, em que ampliou a fonte de renda, o desenvolvimento local, através do cooperativismo.
Fonte: ABCD Maior / Por: Michelly Cyrillo

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